quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Monte castelo

Apoderemo-me de memórias que nem ao menos me pertencem. Faço-me personagem de histórias irreais que jamais sairão do campo da imaginação. Crio situações nas quais hora sou mocinha, pobre e indefesa com o príncipe em seu cavalo branco a me salvar.Hora sou a atriz principal que não necessita de ninguém para se defender.


"Ás vezes fico com saudades de momentos que ainda não vivi, ás vezes peco na vontade de sentimentos que ainda não senti"


Crio castelos e montanhas, invento um céu azul com um sol que não pode me ferir. Pinto de vermelho um coração ao lado da família feliz e algo que me lembre que lutamos muito para chegar até ali, mas que conseguimos. Superamos a bruxa malvada e invejosa e deixamos para trás os outros cavaleiros e princesas que tentaram nos separar.
Para que se enganar? Para que continuar a sonhar e imaginar que Eduardo e Mônica não são exceções? que "Quem um dia irá dizer que  existe razão nas coisas feitas pelo coração e quem irá dizer que NÃO existe razão?"
Eis que as forças esgotam-me como o rio que outrora era forte e abundante, que matava a sede de quem lhe recorria e que hoje não passa de um caminho seco e repleto de marcas deixados pela seca do verão implacável. Assim como o sol é desejado no período do inverno, onde apenas há vento, chuva e tristeza, quando aparece sem a moderação, apenas com o desejo de se desculpar pelos danos provocados por seus dias de ausência, acaba por destruir tanto quanto sua falta o fez.
Tão difícil, quase impossível encontrar o ponto certo, o momento exato, de se dizer, falar, agir, fazer,lembrar,esquecer...
Até que ponto um coração é capaz de sofrer? Até que ponto se é capaz de doar por outro? Até que ponto podemos esperar e ver oque o tempo nos reserva?
Esquecer e relevar, fingir que nada aconteceu não apagará oque foi dito, oq foi feito, as marcas deixadas pelas palavras afiadas.
Um simples pedido de desculpas nem sempre é o suficiente para se consertar um erro, mas quando nem ao menos isso é pronunciado, a gota d'água que faltava para o copo transbordar cai, em câmera lenta, assim como o vaso cai de cima da mesa e se quebra em mim pedaços, impossível de se reconstruir.
Mesmo em meus contos, não sou capaz de descobrir o porque de não querer quem me quer e querer quem apenas me despreza. Talvez pelo desejo de ganhar, vencer e poder dizer que consegui o que parecia impossível.. A TROCO DE QUE? apenas mais dor e sofrimento!
Aah novelas mexicanas e dramas da globo, como vocês me influenciaram e me tornaram esse ser que apenas sabe reclamar e achar que tudo é o fim do mundo. De achar sempre que há um complô e que todos estão contra mim e que irão me deixar... Nem sempre sem sentido porém ,afinal, meu sexto sentido sempre apurado me avisa quando algo não está certo, quando algo está por vir e que é melhor eu me preparar! Que no fim as coisas sempre acabam bem e que tudo dá certo, mas que até esse fim chegar, muitas barreiras virão!
Olhando para as grossas gotas que caem do céu, imagino-me ao teu lado compartilhando desse momento sublime, ao mesmo tempo que lembro-me que teu coração pertence a outra pessoa e que a mesma história se repete sempre. A esperar porém continuo, mesmo dizendo que desta vez tudo está acabado, que não quero mais pensar em ninguém, que a solidão é o melhor caminho, remédio e solução, que desta vez será diferente e no entanto permaneço sentada escrevendo histórias e contos de amor, na esperança de que de uma vez por todas o príncipe encantado bata a minha porta e que uma linda história real, cheia de problemas e dificuldades possa ser escrita e principalmente: VIVIDA!
Ainda que eu falasse a língua dos homens. 
E falasse a língua dos anjos, sem amor eu nada seria! "



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